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Bancos ampliam caixas compartilhados; clientes reclamam de cédulas

Os terminais de autoatendimento do Banco24Horas estão cada vez mais sendo usados como terminais externos de serviço dos bancos



Créditos da imagem: Commons Wikimedia
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Redação Sou BH
05/05/18 às 13:46
Atualizado em 01/02/19 às 19:32

Os bancos estão substituindo cada vez mais os caixas eletrônicos próprios por terminais de autoatendimentodo do Banco24Horas, uma rede que permite compartilhar o mesmo equipamento entre várias instituições financeiras.

Em julho de 2014, os bancos fizeram um acordo para ampliar o compartilhamento dos caixas eletrônicos. A ideia era substituir, em quatro anos, “uma parcela” dos caixas eletrônicos que ficavam fora de agências bancárias por terminais da rede Banco24Horas. Na assinatura do acordo, o Banco24Horas contava com 15.300 terminais de autoatendimento. Atualmente, são mais de 21.800 caixas eletrônicos instalados, em cerca de 11 mil estabelecimentos comerciais, em 620 cidades.

O objetivo dos bancos é tornar o Banco24Horas a rede externa de atendimento, mas há clientes que reclamam dos serviços disponíveis. Em Brasília, por exemplo, uma das reclamações é quanto as cédulas disponíveis nos terminais: R$ 20 e R$ 50, somente. A enfermeira Patrícia Alves Branquinho, 41 anos, considera positivo ter a rede disponível no comércio e nos terminais de ônibus e metrô, mas reclama do valor das cédulas. “Esses caixas ajudam muito porque, às vezes, estou em um lugar que não tem um banco perto. O problema é que só tem nota de R$ 20 e R$ 50”, disse.

O cobrador Kleber Willian Oliveira da Conceição, 39 anos, contou que tentou sacar um valor inferior a R$ 50, mas não conseguiu. “Fui sacar uma vez e só tinha nota de R$ 50. Eu nem precisava de todo esse valor, mas fui obrigado a sacar por não ter outra opção”, disse.

Em nota, a TecBan, responsável pela rede Banco24Horas, informou que os caixas eletrônicos da Rede Banco24Horas em Brasília são abastecidos com notas de R$ 20 e R$ 50. “Os valores disponíveis para saques nos terminais de autoatendimento da Rede são definidos de acordo com a disponibilidade de notas de cada região. Em razão da demanda, as máquinas podem ficar momentaneamente com apenas um tipo de cédula até o próximo abastecimento. Esses valores garantem uma grande variedade de combinações e atendem às principais necessidades da população”, disse a TecBan.

Os serviços disponíveis na rede compartilhada dependem de cada banco. De acordo com as informações disponíveis no site da rede, há instituições que oferecem apenas consulta a saldos e extratos, saques e pagamentos. Em outros bancos, há opção também de fazer empréstimos e transferências.

A TecBan lembra que o pacote de serviços que o consumidor possui em seu banco inclui as operações feitas no Banco24Horas, no caixa eletrônico do banco e nas transações realizadas nas agências bancárias. “Caso o consumidor não tenha um pacote de serviços, a resolução 3.919 do Banco Central garante aos clientes, com conta corrente pessoa física, o benefício de efetuar, todo mês, até quatro saques sem tarifa, duas transferências, dois extratos, dentre outros, nos canais que compõem a rede de atendimento do banco, incluindo o Banco24Horas”, acrescentou.

Segundo a TecBan, o compartilhamento contribui para reduzir os custos operacionais e de manutenção dos bancos. “Uma grande vantagem do Banco24Horas é a população poder usar mais de 40 bancos no mesmo caixa eletrônico. A Rede também beneficia os proprietários do varejo com o aumento do fluxo de pessoas, do ticket médio [valor médio das vendas] e do faturamento de suas lojas. Além disso, os terminais ajudam a tornar os estabelecimentos pontos de referência nas suas regiões, aumentando o portfólio de serviços disponibilizados aos consumidores e colaborando, também, com a fidelização”, defendeu a TecBan.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Da Agência Brasil