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Conta mais barata em 2018? Índice que reajusta aluguel registra deflação no acumulado de 2017

É a primeira queda anual desde 2009 e a segunda taxa mais baixa da história



Créditos da imagem: Divulgação/PBH
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Redação Sou BH
28/12/17 às 14:59
Atualizado em 01/02/19 às 19:17

Não seria uma má ideia começar 2018 com algum alívio nas contas, como, por exemplo, uma queda no preço do aluguel, certo?! Pois o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), base do reajuste de grande parte dos contratos imobiliários, registrou deflação de -0,52% no acumulado de janeiro a dezembro deste ano. É a primeira queda anual desde 2009 e a segunda taxa mais baixa da história - índice começou a ser registrado em 1989. 

Segundo os indicadores divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre), em dezembro o índice teve alta de 0,89%. 
Os alimentos foram os principais responsáveis pela queda verificada neste ano. No acumulado de 12 meses, os custos com alimentação tiveram retração de -0,48%. Enquanto as matérias-primas brutas registraram deflação de -11,35% ao longo de 2017 e os produtos agropecuários de -12,99%.

De acordo com o economista do Ibre, André Braz, os preços relativos aos alimentos e as commodities agrícolas entraram em queda por causa das boas safras deste ano. “A agricultura ajudou bastante na redução desses índices de preços. As safras foram muito bem sucedidas, houve uma regularidade maior de chuvas. Isso contribuiu para o movimento de oferta e conseguente queda de preços”, enfatizou.

Por outro lado, o economista disse que o desemprego e a perda de renda das famílias fazem com que os efeitos da deflação não sejam tão percebidos pela população. “A queda nos preços dos alimentos ao consumidor não se torna tão perceptível para algumas famílias, porque a gente vive também um desemprego muito grande. Então, o preço ficou mais barato, mas isso adianta muito pouco para aqueles que não tem renda para consumir”, acrescentou.

A queda no índice de inflação não foi maior em razão do impacto de itens como os combustíveis, que apresentaram altas significativas. O diesel acumulou elevação de 9,55% no ano e o gás liquefeito de petróleo de 46,09%.

Para 2018, Braz destacou que, com a retomada da economia, que os valores relativos aos serviços, que registraram forte alta em 2016, podem pressionar a inflação. “A parte dos serviços livres, que são mais sensíveis à demanda – comer fora de casa, ir ao salão de beleza, lavar o carro – não apresentaram queda em 2017, mas apresentaram uma desaceleração profunda em relação a 2016.”

Com Agência Brasil