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Em operação 'antigatos', Cemig constata 40% de aparelhos com suspeita de fraude

Objetivo é reverter prejuízo anual de R$ 300 milhões com ligações irregulares e clandestinas



Créditos da imagem: Divulgação/Cemig
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Redação Sou BH
26/04/18 às 14:20
Atualizado em 01/02/19 às 19:31

A Cemig está fechando o cerco contra os consumidores que insistem em praticar furto de energia – popularmente conhecido como “gato”. A empresa acaba de finalizar uma operação que ocorreu simultaneamente em vários municípios. Nessa ofensiva contra irregularidades, cerca de 400 clientes foram visitados para vistoria e outros 1.700 tiveram o fornecimento de energia cortado.

Durante a operação, foram encontrados 150 equipamentos com indícios de fraudes, cerca de 40% dos medidores inspecionados. Os equipamentos suspeitos foram retirados e levados para perícia no laboratório da companhia. Além das inspeções, também foram executados cerca de 1.700 cortes por inadimplência.

As inspeções ocorreram em Belo Horizonte, Uberlândia, Montes Claros, Ipatinga, Teófilo Otoni, Divinópolis, São João Del Rei, Capitólio e Nova Resende, e contou com a participação de 150 profissionais da Cemig.

As ligações irregulares e clandestinas geram prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões à companhia.

De acordo com o engenheiro de planejamento energético da Cemig, Armando Rocha, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes.

“Acompanhamos o consumo dos mais de oito milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos inspeções rotineiras e mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da companhia”, destaca o engenheiro.

Armando Rocha ressalta que essa fraude acontece em todas as classes sociais e precisa ser combatida exaustivamente para conscientizar a sociedade: “É uma questão de cultura e estamos combatendo isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”.

Prática é criminosa

Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.

“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes, danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, finaliza Armando Rocha.

As ligações irregulares e clandestinas representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. A população pode denunciar irregularidades pelo telefone 116. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos.

Da Agência Minas