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Cemig realiza operação contra 'gatos' na Zona Sul e faz 400 cortes por inadimplência

Operação da companhia foi feita no bairro Barro Preto e outras áreas da Zona Oeste de Belo Horizonte



Créditos da imagem: Banco de Imagens/Shutterstock
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Redação Sou BH
08/09/17 às 15:25
Atualizado em 01/02/19 às 19:06

A Cemig realizou nesta semana uma ação de combate a ligações irregulares e clandestinas nos bairros Barro Preto, Prado, Gutierrez e Barroca, nas regiões Centro-Sul e Oeste da capital mineira. Nessa atuação, os técnicos inspecionaram cerca de 120 medidores de consumo de energia e encontraram suspeitas em estabelecimentos comerciais e residenciais. Os equipamentos suspeitos foram retirados e levados para perícia técnica no laboratório da companhia. Além disso, foram feitos cerca de 400 cortes por inadimplência.

Nos últimos meses, a Cemig intensificou o combate às ligações irregulares e realiza, a cada 15 dias, mutirões para minimizar o prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões com furto de energia. De janeiro a meados de julho deste ano, a companhia inspecionou mais de 41 mil unidades consumidoras com suspeitas de irregularidades. A última ação foi finalizada na última quarta-feira (6).

De acordo com gerente de Gestão e Controle da Medição e das Perdas Comerciais da Cemig, Marco Antônio de Almeida, as ligações irregulares acontecem em todos os setores da sociedade.

“A prática permeia todas as classes sociais. É uma questão de cultura e estamos combatendo isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig Distribuição e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta”, afirma.

Ainda segundo o gerente da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a Companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes.

“Acompanhamos o consumo dos mais de 8 milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos inspeções rotineiras e mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da Companhia”, destaca.  

Além disso, a Cemig  utiliza softwares de inteligência para seleção de alvos e o monitoramento à distância do consumo de grandes clientes. Por meio do Centro Integrado de Medição (CIM), é possível identificar instantaneamente qualquer anomalia no padrão de consumo de energia desses grandes clientes – aproximadamente 13 mil, que representam cerca de 45% do faturamento da Cemig – e enviar equipes de campo para regularização das fraudes.

Prática é criminosa

Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.

“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, finaliza Marco Antônio de Almeida.

As ligações irregulares e clandestinas representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos. A população pode denunciar, de forma anônima,  irregularidades pelo telefone 116.

Da Agência Minas