Eleições! Sou BH questiona candidatos sobre o Uber
Sou BH entrevistou os 11 postulantes ao cargo de Prefeito de BH
No dia 2 de outubro, a população de Belo Horizonte vai às urnas para escolher o próximo prefeito da capital mineira. Onze candidatos estão na disputa em primeiro turno. Para auxiliar o belo-horizontino a decidir seu voto, o Sou BH preparou uma série de entrevistas com os 11 postulantes à vaga na Prefeitura.
Durante seis dias, vamos questionar os candidatos sobre temas que envolvem as áreas de cultural, entretenimento e turismo da cidade. A disposição das respostas é por ordem alfabética.
O tema de hoje é a legalização do Uber. Desde 2015, vemos no noticiário toda a polêmica que envolve o serviço de transporte, que caiu nas graças da população, mas afetou o trabalho dos taxistas.
Confira abaixo as respostas!
Sou BH: Qual é o posicionamento do candidatado em relação à liberação do Uber?
Délio Malheiros (PSD): A Câmara Municipal aprovou este ano uma lei que permite a regulamentação de aplicativos de serviços de táxis em Belo Horizonte. Este projeto inclusive, foi fruto de um consenso entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da BHTrans, taxistas e os aplicativos. O projeto permitia, por exemplo, pagamento em cartão, avaliação do serviço pelos usuários e flexibilidade na tarifa, a exemplo do que acontece com o Uber. No entanto, esta lei está sendo contestada na justiça e temos que aguardar a decisão judicial. Mas, estaremos dispostos a conversar com todos os envolvidos para que não haja prejuízos para os profissionais e os usuários.
Eros Biondini (PROS): Na minha gestão, eu tenho plano para que os taxistas aumentem a sua remuneração e sejam mais valorizados. No primeiro mês do meu mandato, vou permitir que os táxis utilizem as faixas exclusivas do Move e dos ônibus; também vou criar pontos de táxis no centro da cidade e em locais turísticos onde não há pontos; e queremos que a fiscalização da BHTrans seja mais educativa do que punitiva. Também vamos voltar a ter as blitze da Lei Seca, assim o serviço de táxi volta a ter demanda. A partir daí, sendo liberado o Uber pela Justiça, nós regulamentaremos a categoria para exercer o trabalho sem que isso afete os taxistas. É possível conciliar, de forma que ninguém perca. E os taxistas vão aumentar em 40% a sua arrecadação em meu governo, isso sem aumentar tarifa. Tem espaço para todo mundo.
João Leite (PSDB): Essa questão está sendo discutida judicialmente. Precisamos buscar uma solução pelo diálogo. Qualquer discussão sobre essa questão deve envolver a Câmara Municipal, os taxistas e os usuários, tanto do táxi como do Uber. É importante ter um marco legal, que seja resultado do diálogo entre todos esses grupos.
Kalil (PHS): Está na Justiça. Se não puder rodar, não vai rodar. Se puder rodar, nós vamos sentar na mesa com os táxis. O que não pode é a discriminação absoluta do Uber na cidade ou o risco de extinguir uma classe importante de trabalhadores, que são os motoristas de taxi.
Luis Tibé (PT do B): O UBER é uma realidade no mundo inteiro e como qualquer serviço público, precisa ser regulado e controlado pela prefeitura. Se hoje estamos vivendo essa polêmica, inclusive com violência, foi porque mais uma vez houve omissão do prefeito.
Minha proposta é regulamentar o uso do UBER, e por outro lado, valorizar e dar competitividade ao TAXISTA com medidas simples como a autorização de uso das pistas exclusivas de ônibus quando ocupado, e acabar com a falta de diálogo e perseguição da BHtrans. As coisas hoje são feitas de forma arbitrária impostas aos taxistas, como por exemplo a implantação da biometria.
O primeiro contato de um visitante ou turista em nossa cidade, muitas vezes é feita pelo taxista e por isso ele deve ser tratado com respeito e parceiro da cidade.
Marcelo Álvaro Antônio (PR): Essa é uma questão ainda que tramita na justiça e iremos respeitá-la. A primeira coisa a fazer é sentar com as duas partes para discutir o assunto. Vou ouvir os taxistas que se opõem ao Uber e depois ouvir o pessoal do Uber. O que não pode acontecer é o trabalho clandestino, sem qualquer regulamentação. Isso não pode continuar e temos que ver qual será o entendimento e a melhor forma para regulamentar ou não. Há espaço para as duas frentes. Mas taxistas não podem mais ter a PBH como obstáculo. Eles também devem ser vistos com outros olhos e a prefeitura deve permitir que, por exemplo, eles trafeguem em faixas exclusivas para ônibus.
Maria da Consolação (PSOL): O táxi é um meio de transporte municipal e deve ser valorizado. Por isso, vamos dialogar com os taxistas para melhorar a qualidade do atendimento. Para garantir o direito de escolha e reduzir o impacto dos carros nas ruas procuraremos a empresa Uber e usuários para resolver os impasses.
Reginaldo Lopes (PT): O candidato não respondeu no prazo solicitado.
Rodrigo Pacheco (PMDB): Hoje, a situação do Uber está judicializada e temos que aguardar o posicionamento do Judiciário sobre a questão. Prefiro aguardar a decisão para saber os termos e fazer uma avaliação, até por minha prudência como advogado. No âmbito administrativo, pretendo estabelecer o diálogo para tentar um consenso. Mas qualquer decisão será tomada de maneira democrática, ouvindo a população, Uber e taxista. Os direitos serão preservados. Mas é evidente que não podemos ir contra o fluxo natural das coisas, contra a vontade da sociedade.
Sargento Rodrigues (PDT): A questão do Uber está judicializada, caberá ao próximo prefeito cumprir o que a justiça determinar.
Vanessa Portugal (PSTU): Este é um conflito entre trabalhadores que ganha forma dento da cidade, mas não é uma questão estrutural da cidade. A proporção do problema aumenta diante do aumento do desemprego e da completa desestruturação do transporte público coletivo e de massas em BH. Quanto ao tema é preciso que a prefeitura estude a fundo o funcionamento do aplicativo e as degenerações que a regulamentação do sistema de taxis acumulou. Precisa ter uma regulamentação única que trabalhe com os preços acessíveis à população e permita a todos trabalharem em condições de igualdade, inclusive quem hoje atua na completa informalidade.
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