Flexão de gênero pode ser obrigatória na identificação de mulheres em cargos públicos
A norma também pode incluir pessoas que utilizam o nome social
O uso do nome social já é utilizado
nos cargos públicos em todo o Estado, porém, o uso do artigo feminino para
designar determinadas funções públicas ainda não é uma realidade em vários
setores da nossa sociedade. Visando isso, um projeto, que tramita em 2º turno
na Câmara Municipal, pretende tornar obrigatória a flexão de gênero no
tratamento e identificação de cargos como vereadoras, coordenadoras, assessoras
e professoras.
A partir da experiência de uma
professora que via seus crachás e outros materiais sempre com a inscrição do
cargo no masculino, a vereadora Nely (PMN), autora do PL 159/17, iniciou essa
análise da nomenclatura recebida pelas mulheres em determinados cargos.
Aprovado em 1º turno na Câmara, o projeto pretende inserir a flexão de gênero
em documentos e crachás de cargos e funções públicas em que o nome do ocupante
seja omitido e há a generalização com o uso dos artigos no masculino. “É uma
questão muito simples, e que não deveria ter dificuldade para passar na casa. Afinal
pontua uma coisa que já deveria acontecer”, afirma Nely ao SouBH.
Dessa forma, as mulheres que
recebem documentos e identificações com o uso do cargo no masculino poderiam inserir
o artigo no feminino. “Nenhum vereador (do sexo masculino) gostaria de ser
chamado de vereadora”, compara a parlamentar, para quem a falta da flexão de
gênero representa uma desvalorização da mulher em suas funções públicas. Ainda
segundo Nely, o projeto corrigiria também os crachás das servidoras da Câmara,
pois, de acordo com ela, a identificação dos cargos ocupados por mulheres no
Poder Legislativo é feita no gênero masculino, referindo-se a elas como
assessor ou coordenador, por exemplo.
Além desses pontos, na última terça-feira
(20), uma emenda foi proposta ao PL. De autoria da Comissão de Direitos Humanos
e Defesa do Consumidor, a emenda propõe que o tratamento compatível com o
gênero seja estendido a quem utiliza nome social e exerce funções em cargos públicos.
Os textos seguem para análise de mais duas comissões. Só depois disso o projeto
e a emenda irão a Plenário.