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Metrô de BH vai paralisar parte da operação a partir de março; limpeza e segurança são afetadas

Um comunicado da diretoria da CBTU relata as razões que podem levar o metrô a funcionar só até junho



Créditos da imagem: Divulgação/Facebook
Main 194638 metro cbtu
Redação Sou BH
05/02/18 às 21:18
Atualizado em 01/02/19 às 19:06

O metrô de Belo Horizonte vai parar de funcionar integralmente a partir do próximo mês. A brusca mudança, que surpreendeu milhares de usuários, foi oficializada nesta segunda-feira (5) após vazar comunicado interno da própria CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), administradora do transporte. O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), garantiu viajar a Brasília com o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS), para reverter a situação.

A partir do dia 5 de março, o metrô de BH vai passar a funcionar apenas nos horários de pico: das 5h30 às 8h30, e das 17h30 às 19h30, somente de segunda-feira a sexta-feira. Hoje, inclusive, as empresas que prestam serviços de limpeza e segurança foram notificadas sobre a suspensão, total ou parcial, dos contratos. "
Caso nada seja feito a tempo, cerca de 600 mil pessoas que utilizam o sistema metroferroviário serão prejudicadas diariamente", diz o comunicado, se referindo ao impacto em todo o sistema metroviário do país administrado pela companhia.

Esses impactos ocorrem, segundo a CBTU, por causa de uma redução de mais de 40% 
do "contingenciamento orçamentário de custeio, aprovado pelo Governo Federal para o exercício de 2018". Após a oficialização dos impactos do corte, Pimentel divulgou um vídeo no canal (veja abaixo) oficial garantindo ações para evitar o impacto. "É impraticável esse tipo de atitude com Minas Gerais, não vamos aceitar. Agora querem parar o metrô de Belo Horizonte. É impossível, Minas vai reagir", diz o gestor, afirmando ainda que convidará Kalil para ir à capital federal.  

Paralisação total em junho

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) alega que, mesmo a CBTU admitindo paralisação parcial em março, o risco é de impacto em toda a operação do metrô de BH. 

"Com esse orçamento, o metrô só pode ser mantido em funcionamento, mesmo que só em horário de pico, até junho", afirmou ao SouBH Robson Zeferino, diretor do Sindimetro-MG. De acordo com ele, o gasto médio mensal do trem urbano da capital mineira é de R$ 4,3 milhões, e o novo orçamento traz um repasse mensal de R$ 2,5 milhões.

A nota, assinada pelas superintendências da CBTU em cinco cidades brasileiras, cita diversas consequências vindas da falta orçamentária, entre elas a "insegurança em todo o sistema da empresa e o aumento dos índices de criminalidade e vandalismo nas estações (...), além do próprio prejuízo à população devido à falta do transporte ferroviário".

Procurada pela reportagem, a CBTU emitiu uma nota na qual corrobora o comunicado e afirma estar trabalhando em conjunto com o Ministério das Cidades para reverter o quadro. “Trata-se de uma situação recorrente, mas temos confiança e determinação para superar essas adversidades mais uma vez, garantindo os investimentos necessários”, diz a nota.