Após seis meses sem casos, mortes por febre amarela disparam em MG e acendem alerta vermelho

Divulgação/Agência Brasília

O ano de 2018 começou alarmante. Em um período de apenas oito dias, Minas Gerais registrou seis mortes em decorrência da febre amarela após seis meses sem óbitos. O preocupante dado, anotado no período entre 31 de dezembro e 7 deste mês, acendeu o alerta vermelho da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), que determinou a ampliação imediata da campanha de vacinação contra a doença em todo o Estado. Esses números foram revelados em boletim divulgado na quarta-feira (10).

A situação na região metropolitana de Belo Horizonte também preocupa: três homens morreram no mesmo período, dois em Nova Lima e outro em Brumadinho - regiões que reúnem condomínios. "Todos os casos foram confirmados laboratorialmente e são do sexo masculino, não vacinados para a febre amarela e com mediana de idade de 41 anos (33 - 51 anos)", informa trecho do boletim epidemiológico da secretaria. 

>> Confira o boletim na íntegra aqui

A constatação apenas reforça o que autoridades afirmam: a maneira mais indicada e eficaz de combater a doença é através da vacinação. Justamente por isso, o governo estadual anunciou ampliação da cobertura de vacinas, já que a taxa de letalidade registrada no último semestre é altíssima: 85%.

Segundo a SES-MG, a cobertura vacinal em Minas ainda não alcançou a meta de 95%, e está em 81% da população vacinada. Estima-se que 3.615.129 pessoas ainda não foram imunizadas em todo o Estado, localizadas principalmente na faixa de 15 a 59 anos.

Cobertura vacinal em Minas Gerais. Divulgação/SES-MG

Entre as ações do governo estadual para combater a doença está a distribuição imediata da vacina. A ação será feita casa a casa com verificação do Cartão de Vacinação até que o município atinja a meta de 95% de cobertura e realizar o Monitoramento Rápido de Coberturas Vacinais.

A população alvo são as crianças a partir dos nove meses até as pessoas com 59 anos de idade. Entre os 853 municípios do estado, 42,75% (342) delas não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 32,23% (275) dos municípios tem entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados; com mais de 95%, estão 27,78% (237) das cidades mineiras com recomendação de vacina.

Além da vacinação a domicílio, os interessados podem se dirigir aos centros de saúde de sua cidade e solicitar a vacina, que está disponível gratuitamente. Em Belo Horizonte, todos os 152 centros estão abastecidos.

Orientações para a vacinação de febre amarela:

- A partir dos 9 meses não vacinado: Uma dose.
- A partir dos 9 meses com pelo menos uma dose: considerar vacinado.
- Gestantes NÃO VACINADAS: Deverá ser vacinada somente se for se deslocar para área com transmissão ativa da doença.
- Gestantes VACINADAS: Não administrar nenhuma dose. Considerar vacinada.
- Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses NÃO VACINADAS: Deverá ser vacinada somente se for se deslocar para área com transmissão ativa da doença. Suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação.
- Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses VACINADAS: Não administrar nenhuma dose. Considerar vacinada.
- Pessoas acima de 60 anos NÃO VACINADAS: Deverá ser vacinada somente se for se deslocar para área com transmissão ativa da doença. É fundamental que o serviço de saúde faça a avaliação, verificando se a pessoa não se enquadra nas contraindicações antes de administrar a vacina.
- Pessoas acima de 60 anos VACINADAS: Não administrar nenhuma dose. Considerar vacinada.
- Viajantes para áreas com vigência de surto no país ou para países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia NÃO VACINADOS