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Movimento luta por preservação da casa de Guimarães Rosa em BH

"Salvem a casa de Guimarães Rosa em Belo Horizonte" defende a total manutenção da casa onde o escritor viveu, no bairro Santo Antônio



Créditos da imagem: Divulgação
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Movimento luta pela preservação da casa do escritor Guimarães Rosa em Belo Horizonte
Redação Sou BH
13/03/15 às 20:12
Atualizado em 01/02/19 às 19:17

Um movimento em favor da preservação da casa onde o escritor mineiro Guimarães Rosa morou durante a juventude ganha cada vez mais força na capital. Localizado no bairro Santo Antônio, na esquina das ruas Leopoldina e Congonhas, no imóvel também já funcionou o Bar do Lulu, que foi fechado em 1999.

De acordo com o movimento, no local, está prevista a construção de um condomínio com quatro prédios de 27 andares, e a área, que inclui a casa que foi do escritor e várias casas vizinhas abandonadas está cercada por tapumes pelos construtores. De acordo com o projeto, somente a fachada e parte das edificações serão mantidas.

O movimento intitulado "Salvem a casa de Guimarães Rosa em Belo Horizonte" defende a total manutenção da casa onde o escritor viveu, transformando o imóvel em um centro cultural ou museu.

Imóveis tombados

Em nota, a Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura informou que todos os imóveis referidos, localizados na Rua Congonhas (números 487, 495, 503, 511, 519, 527, 539, 547, 553, 563, 571, 579) e Rua Leopoldina (número 415), são tombados pelo patrimônio em sua totalidade: fachadas e coberturas, conforme decisão do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, em 22/08/2007, com publicação no DOM em 30/08/2007.

A nota ainda acrescenta que "o Conselho de Patrimônio não pode definir o uso destes imóveis. O tombamento não incide sobre o uso. O Conselho analisa apenas as intervenções nos imóveis para adaptações a novo uso. O CDPCMBH aprovou um projeto para o local, com uma série de diretrizes que preservam e valorizam essas casas. O projeto de restauração das casas prevê a restauração completa das mesmas. 

Em 30/05/2010 a Diretoria de Patrimônio Cultural – DIPC – analisou e aprovou o projeto de nova edificação residencial multifamiliar para a Quadra CTM 01354 uma vez que o mesmo atendia às diretrizes especiais de projeto previstas para o local conforme a Deliberação nº 143/2007 do CDPCM-BH. O projeto de nova edificação, assinado pelo RT João de Paula Lima Neto, consistia em uma torre residencial desenvolvida em 29 andares, sendo três subsolos e 26 pavimentos. O projeto previa a preservação e restauração das doze casas tombadas situadas no terreno, voltadas para a rua Congonhas, além da criação de uma via no interior da quadra, ligando a rua Leopoldina à rua Santo Antônio do Monte, a qual ofereceria também acesso aos fundos das casas protegidas.

Em 18/08/2011 a Diretoria de Patrimônio Cultural analisou e aprovou os projetos específicos de restauração de cada uma das doze casas tombadas à Rua Congonhas, os quais foram elaborados pela empresa Século 30 Arquitetura e Restauro."

Dúvida

Há algum tempo, ainda existiam dúvidas sobre a veracidade da informação de que Guimarães Rosa tenha realmente morado no local, mas, recentemente, uma reportagem de televisão mostrou a certidão de casamento do escritor com sua primeira esposa, Lídia Cabral, tendo o endereço confirmado como local de residência do noivo. Além do documento, Vilma Guimarães Rosa, filha de João Guimarães Rosa, assegura que morou no local com os pais.

Guimarães Rosa é um dos maiores expoentes da literatura brasileira, tendo entre suas obras o destaque para Grande sertão: veredas, ambientada no sertão mineiro e marcada pela influência de falares populares e regionais, com edições publicadas em vários idiomas em todos os continentes.