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Para cada família, alguém especial para chamar de mãe

<p>A figura materna pode aparecer de formas diferentes em cada lar, mas o carinho e cuidado são os mesmos</p>



Créditos da imagem:
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Redação Sou BH
12/08/14 às 13:38
Atualizado em 01/02/19 às 19:10

É Dia das Mães. Momento de reunir a família para festejar a presença da pessoa que ocupa lugar especial no seio familiar: a mãe. Mas, para cada família existe uma mãe diferente e isso é desenhado pela história que se passa dentro de cada lar.

Por isso, a figura da mãe pode aparecer em formas não convencionais em cada lar. A aposentada Célia de Jesus, por exemplo, expressa todo seu carinho na vida dos netos, uma menina de 14 anos e um menino de 7, como ?mãe-vó?. Criados por ela desde pequenos, já que a mãe trabalhava no exterior, os netos têm a rotina completamente administrada por ela. ?Eles estudam, fazem aula de reforço para ajudar no dever de casa e mesmo assim, quando chegam, olho agenda, procuro saber o que fizeram na escola. Acompanho tudo?, relata.

Embora dê trabalho acompanhar a rotina das crianças, Célia não vê problema em cria-los. Ela se diz mais preparada e experiente neste momento da vida para educar, além é claro de poder curtir agora a companhia dos pequenos ? coisa que não podia fazer na época em que teve seus filhos.

Já o autônomo Roberto Almeida, 41, cuida de sua família exercendo o papel de ?pai-mãe?. As três meninas, de 14, 11 e 3 são muito apegadas ao pai, fato que o alegra demais. O carinho das meninas pelo pai só aumentou, desde que ele perdeu a esposa há um ano e seis meses, mas é fruto de uma história antiga. ?Desde quando elas eram pequenas as tarefas eram divididas entre pai e mãe. Quando chorava à noite, eu levantava pra cuidar. Isso fez com que as meninas fossem muito apegadas a mim?, explica.

Passando ao papel de filha, Marina Oliveira, 21, consultora de imagem, teve que amadurecer mais cedo que o previsto, mas o amadurecimento veio com a delicadeza de viver com suas ?mães-mães?. Mas ela não se assustou, afinal se dava muito bem com a esposa de sua mãe, que se assumiu gay quando os filhos ainda eram adolescentes. ?Éramos amigas tipo de contar tudo uma pra outra. Foi super tranquilo e respeitoso de ambas partes?, afirma.

Como explica o psicólogo João Alexandre Borba, ao redor do mundo existem diversas estruturas familiares completamente diferentes. ?Conforme as gerações vão passando, mudanças sociais e comportamentais e nas últimas décadas, tecnológicas acabam por surgir. No caso da família, a base emocional e estrutural do indivíduo não teria como não se moldar a tantas mudanças?.

Embora os casos sejam peculiares e distintos, o fato é que cada família tem em alguém um porto-seguro para chamar de mãe, mesmo que não seja necessariamente uma mulher, ou aquela que por nove meses acolheu um bebê em seu ventre.

Pode-se entender isso participando da sabedoria de Célia de Jesus, que aconselha: ?mães sejam mais presentes na vida dos filhos, não com coisas materiais, mas com carinho, conversa e compreensão?, ou da simplicidade de Marina Oliveira, ao enfatizar que o ?amor é um dom vindo dos céus, então deveríamos respeitá-lo em todas as suas formas?.

diamaes
Marina Oliveira viveu com as suas 'mães-mães'