Kalil descarta aumento de passagem de ônibus no início de 2018: 'O reajuste é zero'

Divino Advincula/PBH

Por Júlia Alves

As passagens de ônibus da capital não terão aumento de tarifa. Após idas e vindas nas informações sobre a mudança no valor da passagem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) se reuniu nesta terça-feira (19) com os empresários e representantes do transporte público, e anunciou que o reajuste não ocorreria até ser feita a auditoria das empresas de ônibus de BH.

“Estamos aqui trabalhando sério. Belo Horizonte transporta 30 milhões de passageiros por mês. Esse não é um assunto para demagogia. Sem uma auditoria, o reajuste é zero”, afirmou Kalil após reunião com os empresários responsáveis pelas empresas de ônibus.

O encontro com os representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) ocorreu após a declaração do sindicato sobre o reajuste de 10,5% nas passagens na última sexta-feira. “O reajuste é zero porque a auditoria na BHTrans foi impedida de ser feita pela Justiça. De acordo com o que foi prometido, não tem reajuste enquanto não se abrir a ‘caixa-preta’ da BHTrans”, ainda afirmou o prefeito.

Repercussão

Com a declaração de Kalil, o vereador Gabriel Azevedo (PHS) se mostrou favorável à auditoria em sua página oficial no Facebook. “A Câmara Municipal deve apoiar a iniciativa do prefeito. Por isso, os parlamentares devem assinar o pedido de CPI das empresas de ônibus e continuar com o incentivo. Até o momento são nove assinaturas a favor da comissão”, comentou o vereador em entrevista ao SouBH.

Trabalhando na frente parlamentar, Gabriel afirma que 14 vereadores já estão comprometidos com a transparência nas empresas de transporte público e com a permanência do preço das tarifas de ônibus atuais. “É preciso entender como é usado o dinheiro público, o belo-horizontino não pode ser deixado no escuro sobre os gastos públicos”, completa Gabriel Azevedo.

O reajuste

Na semana passada, os empresários apresentaram o pedido de aumento das passagens em 10,5%. Segundo o sindicato o valor foi baseado em um estudo que levou em consideração os gastos com o transporte público, entre eles o salário de motoristas, a manutenção dos ônibus e o combustível. Em entrevista ao SouBH, o sindicato afirmou que a proposta seria apresentada à Prefeitura de Belo Horizonte para análise e que deveria começar a vigorar ainda este ano. 

O prefeito ironizou em seu Twitter a mudança no valor e garantiu que não ocorreria alteração até a “abertura da ‘caixa-preta’ da BHTrans”. Atualmente, os belo-horizontinos pagam R$ 4,05, o que significaria um adicional de quase R$ 0,45 à tarifa.