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Novas barragens se rompem, e resíduos atingem ruas, residências e leito

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, inda não há informações sobre a gravidade do incidente



Créditos da imagem: Reprodução/Facebook/Gilmar Oliveira
Main 211956 mineroduto
Redação Sou BH
12/03/18 às 22:08
Atualizado em 01/02/19 às 19:26

O rompimento de um mineroduto em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata, despejou minério no leito do Ribeirão Santo Antônio, nesta segunda-feira (12). O abastecimento da cidade foi interrompido sem previsão de normalização. O episódio aconteceu cerca de dois dias após o rompimento de uma barragem em Congonhas do Norte, na região Central do Estado, que atingiu casas e deixou as ruas tomadas por lama - há, ainda, risco de ruptura de outra barragem em Congonhas. 

Durante toda a tarde, equipes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) acompanharam a situação do manancial e o abastecimento de água em Santo Antônio do Grama, que foi interrompido pela Copasa às 10h. Até a publicação desta reportagem, não havia previsão de restabelecimento do serviço.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Smead) ainda não há informações sobre a gravidade do incidente. A Semad esclarece que o licenciamento ambiental do mineroduto é feito pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que também já foi comunicado sobre o ocorrido.

Impactos

Em nota, a empresa responsável pelo mineroduto, a Anglo American, afirmou que "o abastecimento da cidade está sendo garantido por meio da disponibilização de caminhões-pipa como medida emergencial". Sobre a produção de minério que ocorria no local, a empresa alega que todas as atividades foram interrompidas. "Houve uma paralisação de todas as atividades em Conceição do Mato Dentro, até que as causas do acidente sejam esclarecidas". 

Questionada sobre as inspeções feitas no tubulão que se rompeu, a assessoria da empresa optou não esclarecer se a fiscalização era realizada e qual a frequência. 

O rompimento causou o vazamento de polpa de minério de ferro, que é composto por 70% de minério de ferro e 30% de água, sendo classificada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como resíduo não perigoso. A Smead afirma que ainda não há informações sobre vítimas e desalojados.


Outros casos

Na última sexta-feira (9), às 16h, o NEA foi comunicado sobre o rompimento de barragem de acumulação de água em uma fazenda no município de Congonhas do Norte, próxima a Conceição do Mato Dentro, na região Central do Estado. A barragem se rompeu devido ao acúmulo excessivo das águas em função das fortes chuvas que estão caindo na região. Ruas foram atingidas e moradores tiveram que deixar suas casas. 

Além dos episódios recentes, a barragem de Casa de Pedra, localizada em Congonhas, corre o risco de rompimento. Segundo informações do jornal Estado de Minas, a estrutura de contenção de rejeitos está instável desde 2013 e, em novembro do ano passado, a situação se tornou tão preocupante que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros traçaram planos de evacuação para evitar uma tragédia. Caso se rompa, os rejeitos podem atingir cerca 4,8 mil pessoas.