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Startup mineira em competição mundial

Manual Hacker está entre as 12 finalistas que disputam uma vaga na Copa do Mundo de Startups



Créditos da imagem: Diário do Comércio
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App já foi baixado por mais de 140 mil pessoas em 35 países, afirma Silveira
Redação Sou BH
05/08/15 às 18:03
Atualizado em 01/02/19 às 19:19

Por Thaíne Belissa, do Diário do Comércio

A startup mineira Manual Hacker está entre as 12 finalistas que disputam uma vaga na Copa do Mundo de Startups, que acontecerá na Dinamarca entre os dias 14 a 18 de setembro. Criada pelo estudante de ciência da computação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Pedro Paulo Silveira, a empresa atua no mercado de segurança da informação com um aplicativo que já teve mais de 140 mil downloads em 35 países diferentes.

Essa é a primeira vez que a Copa do Mundo de Startups terá um representante brasileiro - até então, a competição ficava restrita a empresas da Europa. Serão 50 startups selecionadas ao redor do mundo, que vão disputar o título de melhor startup universitária do mundo e um prêmio de US$ 100 mil. No Brasil, a seleção interna está sendo realizada pela Ideation Brasil, instituição de fomento a startups que promove uma série de eventos voltados para empreendedores universitários.

De acordo com o fundador da Ideation Brasil, Danilo Roselli, o processo seletivo no País começou no início de julho, com a primeira fase de testes que avaliou 155 startups de 17 estados brasileiros. Desse total, 40 foram escolhidas para uma segunda fase de votação popular, que selecionou 12 finalistas. Agora, uma banca de 18 jurados vai escolher a startup que vai representar o Brasil na Copa do Mundo. O resultado será divulgado amanhã (6).

Campanha - Além de promover o processo seletivo, a Ideation Brasil está realizando uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a startup brasileira vencedora a bancar sua participação na competição. A campanha "Crowdfunding - Mande o Brasil para a Copa do Mundo de Startups" quer arrecadar R$ 30 mil para ajudar nos custos de passagem e estadia dos representantes brasileiros.

Segundo Roselli, a campanha está no ar há 15 dias e arrecadou pouco mais que R$ 3.500. Ele explica que, mesmo que a quantia estabelecida são seja atingida, o dinheiro coletado ajudará a bancar parte dos gastos do empreendedor brasileiro. Ele destaca que a representação do País na competição traz mais valor ao ecossistema local. "Isso pode gerar grande visibilidade para as startupsbrasileiras, sendo universitárias ou não. Pelo que ouvi dos jurados, as empresas brasileiras finalistas têm chances de garantir boa posição em relação às startups dos outros países", diz.

Minas - Entre as 12 finalistas está a mineira Manual Hacker, criada há dois anos em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O fundador explica que a startup surgiu a partir da criação de um aplicativo para resolver um problema pessoal: a necessidade de verificação da segurança de sua rede domiciliar. "Eu queria fazer testes de segurança na minha rede, mas nem sempre tinha um desktop por perto. Então pensei em desenvolver um app que permitisse essa verificação por meio do celular", explica.

De acordo com ele, o aplicativo oferece uma série de ferramentas que permite que o usuário verifique questões como: quantas máquinas estão conectadas na rede, quais são as portas abertas e que oferecem algum risco de invasão, e qual a força das senhas que dão acesso ao sistema. O empreendedor explica que o aplicativo não substitui o teste de segurança real oferecido por empresas do segmento, mas aumenta o controle da rede pelo próprio usuário, já que o processo é facilitado pela mobilidade.

Além disso, o aplicativo é um centralizador de informações sobre segurança de dados e tem o objetivo de difundir esse conhecimento. De acordo com o fundador, o app já foi baixado por mais de 140 mil pessoas em 35 países diferentes e a expectativa é fechar o ano com 200 mil downloads. Segundo ele, atualmente o aplicativo tem versão gratuita e uma mais completa, que custa US$ 2. No próximo mês, a startup vai lançar uma plataforma onde o usuário poderá, além de fazer o teste de segurança, salvar os detalhes em nuvem. Ela custará entre US$ 2 e US$ 3.

Sobre a Copa do Mundo de Startups, o empreendedor afirma que a expectativa é "gigante". Ele afirma que foi comunicado que ficou em primeiro lugar das 12 finalistas, o que para ele já é uma grande notícia. "Isso significa que, pelo menos, em algum momento da seleção a Manual Hacker foi a melhor startup universitária do Brasil. Isso é uma surpresa para mim. Não estou nem dormindo na expectativa do resultado final", relata.