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Vozes Atlânticas

Evento encerrado
  • Gratuito

Data

09/11/19 até 02/02/20

Ter, Qua, Qui, Sex, Sab, Dom | 12:00 - 19:30


Créditos da imagem: Reprodução / Escravos Condenador - Chamberlain

O Memorial Vale recebe a exposição Vozes Atlânticas, da pesquisadora Thaís Tanure, dentro do projeto Novos Pesquisadores do Memorial Vale. Nesta mostra, ela revela o que descobriu em sua pesquisa acadêmica sobre a ação da inquisição portuguesa no Brasil no século XVIII, dando pena de degredo, uma forma de exílio, aos cidadãos que praticavam atos considerados heresia ou feitiçaria.

 

O destaque da pesquisa é dado para dois africanos escravizados e trazidos para o Brasil, Luzia Pinta e José Francisco, que, por preservarem práticas de sua cultura, benzeções, curas com ervas, entre outras tradições, foram degredados para regiões distantes do Brasil e de sua pátria original. A exposição mostra fotografias e objetos da época, contando os passos desses dois personagens nos lugares onde eles viveram e resistiram à opressão portuguesa. A entrada é gratuita, no horário de funcionamento do Memorial Vale e segue até o dia 2 de fevereiro de 2020.

 

No dia 26 de novembro (terça), às 12h30, também no Memorial Vale, Thaís Tanure fala com o público sobre sua pesquisa. O estudo segue os passos de Luzia Pinta e José Francisco em Angola, Uidá, Rio de Janeiro, Sabará, Lisboa, Castro Marim e galés. Mesmo perseguidos pela Inquisição e passando por sucessivos processos de desenraizamento, essas pessoas resistiram e lutaram para viver segundo suas culturas, buscando espaços para decidir sobre seus destinos.

 

As principais fontes trabalhadas são os processos inquisitoriais da Inquisição portuguesa. Denunciados ao Santo Ofício por delitos como feitiçaria, curas supersticiosas, sodomia e bigamia, as acusações continham muitas vezes traços culturais africanos desconhecidos aos olhos dos inquisidores. Visto como mercadoria no direito civil e comercial e como pessoa imputável no direito penal, o estatuto jurídico ambíguo do escravizado tambéé analisado. Essa ambiguidade leva ao fato de que os senhores ficavam sem a mão de obra de seus cativos durante o tempo de cumprimento da pena, e alguns deles protestaram escrevendo cartas ao Santo Ofício.

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