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Crowdfunding é tendência em BH

Campanhas para angariar fundos apontam que público está cada vez mais engajado em ajudar artistas



Créditos da imagem: Divulgação
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Músico Thales Silva
Redação Sou BH
07/08/14 às 23:12
Atualizado em 01/02/19 às 19:57

Artistas e bandas independentes da cena cultural mineira iniciaram o ano com mais motivos para comemorar. Isso porque cresceram os trabalhos financiados pelo sistema de crowdfunding, processo em que o público apoiador, fãs e amigos dos artistas, atuam com auxílio financeiro para a concretização das obras. De certa forma, chegou o tempo em que o público pode interagir com os trabalhos dos artistas em uma via de mão dupla – ajudando, financiando e recebendo mimos em troca.

Os números demostram que o público está cada vez mais inclinado a se engajar. Desde o ano passado e por intermédio da Variável 5, plataforma que realiza financiamentos coletivos na capital mineira, foram financiados cerca de oito projetos, sendo cinco de shows (Constantina, A Fase Rosa, Jair Naves, Apanhador Só e Bárbara Eugênia) e três envolvendo literatura, fotografia e música (o livro Para-me [Gritocão], a exposição Elas, Madalenas). O mais recente projeto aprovado foi o show de lançamento do álbum Minimalista, trabalho solo do músico mineiro Thales Silva.

Ele diz que viu no financiamento coletivo uma oportunidade para expandir seu trabalho, com muito mais força do que teria, caso utilizasse apenas seus próprios recursos. “Eu sabia que havia pessoas interessadas no meu trabalho. Era apenas uma questão de pensar como reunir esses interessados num lugar e mostrar pra eles que com a mobilização eu conseguiria lançar algo muito bonito e bem feito”, comenta. Silva concorda que o método é eficiente para artistas independentes, mas acrescenta que exige muito planejamento, principalmente de marketing e divulgação.

O financiamento coletivo também foi muito importante na trajetória do músico João Batera. Ele, que anima vários shows e rodas de samba da capital mineira, enxerga nas formas colaborativas uma maneira de se trabalhar no cenário musical atual. Esse ano, Batera encerrou uma campanha de financiamento com sucesso e a iniciativa não foi sustentada apenas por amigos ou conhecidos. “Oferecemos várias recompensas e mesmo assim conseguimos contribuições anônimas no projeto. As recompensas foram desde CD autografados até o show completo da banda”, explica Leonardo Apparício, produtor do músico.

Quando um artista escolhe por financiar seu trabalho, ele deve fazer todos os cálculos de despesas e elaborar um projeto de acordo com o formulário da plataforma de crowdfunding. Na Variável 5, por exemplo, do valor arrecadado,  11% ficam retidos — 8% para cobrir impostos de transações financeiras e os outros 3% vão para a plataforma. Se a campanha não der certo não há cobrança de taxas e acontece o reembolso para aqueles que apoiaram.