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Gregório Duvivier na Bienal do Livro e no palco do Cine Brasil

Poeta e humorista chega a BH nos dia 15 e 16 de novembro



Créditos da imagem: Divulgação
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Poeta e humorista estará em BH no final de semana dos dia 15 e 16, para apresentação na Bienal e no Cine Theatro Brasil
Redação Sou BH
20/01/15 às 19:54
Atualizado em 01/02/19 às 20:02

Por Camila de Ávila jornalista Sou BH

Humorista, ator, cronista, colunista e poeta: esse é Gregório Duvivier. O carioca é um dos mais importantes nomes no cenário da arte, seja ela cênica ou em formato de texto. Ele vem a BH no dia 15 novembro para a Bienal do Livro de Minas, na qual participa da mesa “A Poesia que me Fez”, com Adriana Calcanhotto, no Café Literário.  Já no dia 16 de novembro, ele se apresenta no Cine Theatro Brasil Vallourec, no famoso espetáculo de improviso “Z.É Zenas Emprovisadas.

Filho de artistas (a mãe é a cantora Olivia Byington e o pai é o músico Edgar Duvivier), Gregório afirmou que a arte é o que dá sentido a vida. “A arte é o que nos dá a impressão de que existe algum sentido por trás de tudo. Essa impressão, mesmo que passageira e mentirosa, faz suportar o absurdo da vida e transforma esse absurdo numa experiência prazerosa”, explica.

Tímido, Gregório começou cedo a estudar teatro. “Hoje em dia sou muito menos tímido, porque o teatro ensina você a não ter medo do ridículo”, conta.  “O teatro é uma ótima maneira de lidar com a exposição de forma não traumática, por isso é ótimo para os tímidos”, afirma o ator. Ele é criador da conhecidíssima produtora de vídeos de comédia da internet, a Porta dos Fundos, em parceria com Fábio Porchat, Antônio Pedro Tabet, Ian SBF e João Vicente de Castro. 

Mestre nessa nova maneira de fazer rir, Gregório é apaixonado pelo improviso e expressa isso muito bem em Zenas Emprovisadas.  “A improvisação existe há muito tempo no mundo. Gostávamos muito de fazer aulas no teatro e por isso tivemos a ideia de levar aquela experiência para o palco”, conta. Ele endossa a fala de Marcelo Adnet.“Acho que o sucesso da improvisação tem a ver com isso: você vê as entranhas do teatro, as entranhas da cabeça do comediante, como ela funciona. O humor funciona porque ele comunica e gera uma experiência comum a uma quantidade grande de pessoas. O riso compartilhado é uma delícia”, afirma.

Gregório se formou em Letras na PUC do Rio de Janeiro e recentemente se tornou colunista da Folha de S. Paulo. “O cronista, assim como o ator, precisa estar de olhos e ouvidos atentos o tempo todo. O material para as crônicas é o mundo. Olhar para fora é fundamental”, explica. Autor de texto ácido e corajoso com tiradas irônicas, Gregório está num patamar que muitos jornalistas gostariam: o de poder falar o que quiser. “Acho a coragem um traço fundamental para quem quer escrever no jornal. É importante ir contra o senso comum e as obviedades, mesmo que você apanhe por isso. No entanto, também é importante fugir da polêmica pela polêmica. O objetivo maior não pode ser o ‘clique’, ou o compartilhamento. É importante seguir uma bússola interior, e falar do que você acredita”, analisa. 

Com olhos abertos e atentos ao mundo que o cerca, não há como o colunista não falar de Política. “A política brasileira dá ótimas piadas. Aliás, todas as políticas dão. Embora muitas vezes ela esbarre no drama”, ressalta.  Gregório vê o uso da Política como mote para o humor e uma oportunidade de “desconstruir as verdades herdadas, repetidas à exaustão e falar das nossas mazelas - essa é a melhor maneira de combatê-las”.

Outra importante faceta de Gregório Duvivier é a de poeta. Inclusive, o autor foi indicado ao prêmio Jabuti de 2014, na categoria melhor livro de poesia, pela publicação “Ligue os pontos - Poemas de amor e Big Bang”, lançado pela Companhia das Letras em 2013, ao lado de Adélia Prado e Marcus Vinícius Queiroga.  “A poesia é fundamental em todas as áreas, inclusive no humor. Não acho que humor e poesia sejam contraditórios. Acho que um é necessário para o outro. E ambos ajudam a viver e a tolerar o absurdo da vida - e da morte”, explica. Esta é a segunda obra de poemas de Duvivier. A primeira foi “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”, publicado em 2011, pela editora 7Letras.