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Primeiro festival de paródias do Brasil tem dois mineiros vencedores em 1º lugar

Festival teve como presidentes do júri Marcelo Adnet e Tatá Werneck, e destinou valor das inscrições para artistas e profissionais da cultura



Créditos da imagem: Jorge Bispo + Elizabeth Freitas
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Redação
18/09/20 às 14:13
Atualizado em 18/09/20 às 14:13

A paródia é uma releitura cômica de composições musicais ou literárias, que quase sempre se utiliza de ironia e deboche, e geralmente parece com a obra original, mas com sentidos diferentes. Sempre presente entre nós, é uma tradição que, mesmo sem perceber, já cultivamos em nossos círculos sociais, seja em letras cantadas erradas ou estrategicamente trocadas para dar voz a questões pertinentes a nossa realidade com uma boa dose de bom humor.

Em Belo Horizonte, há alguns anos, o Concurso de Marchinhas Mestre Jonas vem resgatando essa tradição que, agora, extrapola Minas Gerais e chega a todo Brasil, por meio do inédito Hoje Eu Vou Parodiar, festival que premiou paródias e destinou o valor das inscrições para artistas e profissionais da cultura em situação vulnerável devido à pandemia da Covid-19. Os recursos arrecadados serão revertidos para compra e distribuição de cestas básicas, incluindo kits de higiene e limpeza, que deverão ser entregues pela Associação Cultural Arebeldia, nas cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A iniciativa é do compositor e roteirista Edu Krieger e da empresária e produtora cultural Danusa Carvalho. 

E os belo-horizontinos Vitor Velloso e Matheus Brant são os vencedores em 1º lugar! Com a versão para “Me Apaixonei Pela Pessoa Errada”, o júri elegeu “Votei Para Presidente” como a melhor paródia do festival, que recebeu R$2 mil.

Integrante de uma banda chamada Orquestra Royal, o cantor e compositor Vitor Velloso citou a repressão que humoristas vem recebendo pelo governo por suas paródias, como no caso de Marcelo Adnet. “Esse tipo de música sempre promove o debate e a reflexão. A paródia é muito acessível, todo mundo pode cantar uma música com uma letra involuntariamente ou fazer uma nova versão”, explica.

Ao lado de Matheus Brant, a dupla de compositores venceu entre as 574 inscrições vindas de todo o país. 

Para Edu Krieger, não é surpresa que o prêmio tenha ficado para os belo-horizontinos. “A cidade tem uma tradição na arte de unir humor e política. O Vitor e o Matheus fizeram uma paródia perfeita, crítica e ao mesmo tempo engraçada, com rigor na estrutura de rima e métrica, e mereceram demais o título de campeões”, afirma Edu.

O segundo lugar do festival inédito ficou com Sandro Dornelles, que fez a sua versão para “Teresinha”, a “Gripezinha”; e o terceiro ficou para “MeTÉDIO”, de Andre Locatello e Marcio Machado para “Metade”.

Críticas à política, o cotidiano da quarentena, questões contraditórias da atualidade e a desconstrução dos olhares machistas, homofóbicos e racistas foram bem vistos pelo júri, formado pelos presidentes de honra Marcelo Adnet e Tatá Werneck, e pela comissão integrada por Edu Krieger, João Cavalcanti, Julia Rabello, Késia Estácio, Leonardo Lanna, Marco Gonçalves, Marcos Frederico, Maria Bopp, Renata Corrêa, Thiago de Souza e Vicente Coelho.

Os áudios das paródias estão disponíveis no site Hoje eu vou parodiar.