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Raul Seixas: mais vivo que nunca

Vivi Seixas, filha do Maluco Beleza, conversou com o Sou BH sobre a carreira



Créditos da imagem: Banco de Imagens
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Raul Seixas e sua filha Vivi Seixas
Redação Sou BH
09/12/14 às 14:47
Atualizado em 01/02/19 às 20:03

Por Camila de Ávila, jornalista do Sou BH

Em 21 de agosto de 1989 morria Raul Seixas, o Maluco Beleza, aos 45 anos, deixando para os fãs um grande legado para a música nacional, em especial para o rock brasileiro. Neste fim de semana, nos dias 13 e 14 de dezembro, a partir das 17h, o artista será homenageado na Praça da Estação, no evento Toca Raul!. A filha do músico, a DJ Vivi Seixas, conversou com o Sou BH sobre a herança de seu pai para a música.

Segundo Vivi, Raul Seixas ainda conquista os fãs pela força. “Acredito que seja pelas suas letras que são tão atemporais, e também pela sua forma de compor, que é tão profunda, mas ao mesmo tempo tão simples”, explica.  Para Vivi, Raul “era capaz de dizer coisas que sempre pensamos, mas nunca conseguimos dizer”.

Vivi, que é filha de Kika Seixas, quarta companheira de Raul, faz um tipo de música que é muito distante da de seu pai.  Ela toca a house music, mas tem certeza de que seu gosto musical foi influenciado por ele. “Apesar de tocar um gênero totalmente diferente do meu pai, cresci ouvindo música boa. Portanto, creio que meu bom gosto musical veio daí” conta.  O fato de ser filha de Raul e também trabalhar com música, faz com que as expectativas sobre ela sejam grandes. “Rola uma certa responsabilidade, claro, mas impossível ser comparada a ele. Meu pai era um gênio! Eu faço a minha parte e procuro ser boa no que faço”, diz orgulhosa.

A DJ afirma que seu pai ainda exerce uma grande influência em pessoas que nasceram depois de sua morte. “Está pra nascer um homem feito meu pai, que tenha representado musicalmente como ele representou. Principalmente no meio do rock’n’roll”, constata.  Para a filha do homem que é considerado pelo musicólogo Ricardo Cravo Albin como o precursor do rock brasileiro, e o primeiro a misturar o ritmo norte-americano com músicas nordestinas como o forró e o baião, “o Brasil está precisando de um novo revolucionário feito ele, uma pessoa sem papas na língua, sem medo de falar o que pensa, uma pessoa com sede de mudar o mundo”, enfatiza.

Raul ainda é querido e conquista, mesmo depois de 25 anos de sua morte, mais fãs. “Tenho visto mais e mais pessoas jovens, de 20 anos, que não estavam nem vivas na época do meu pai e que são super fãs de Raul”, analisa. A linguagem moderna e direta do Maluco Beleza facilita sua conversa com as novas gerações, “por isso a empatia dos jovens de hoje em dia. Não só mais novos, mas pessoas mais velhas e de diferentes classes sociais, todos entendem Raul. Ele falava pra todo mundo”, explica Vivi. 

Raul Seixas é um dos poucos compositores que estão sempre em voga. “Isso me dá esperança no futuro, esperança na nova geração”, afirma Vivi que enfatiza : “Raul está mais vivo que nunca e isso me deixa muito feliz”.

Para saber mais sobre o cantor e compositor Raul Seixa você pode assistir ao documentário “Raul - O Início, o Fim e o Meio”, dirigido por dirigido por Walter Carvalho. O filme está disponível no You Tube.

Serviço

Na quinta-feira (11), Vivi Seixas homenageia o pai, em uma apresentação no CCBB, dentro da programação do festival Toca Raul!. A entrada é gratuita, mediante retirada de senhas na bilheteria do local, com 1 hora de antecedência.