Saudade tem última apresentação no fim de semana
Montagem é mais um trabalho de rua do grupo Teatro Público
Por Débora Gomes jornalista Sou BH
Pelas ruas do bairro Saudade, se desenha, nas tardes de sábado, a história de um homem que desaparece do próprio velório. “Saudade” é o nome do espetáculo do grupo belo-horizontino Teatro Público e é encenado no próximo sábado (27), pela última vez na capital, em torno do cemitério do bairro.
Dirigido por Diego Poça, Luciana Araújo, Marcelo Alessio, Rafael Bottaro e Rafaela Kênia, que também atuam na peça, “Saudade” conta a história de Zenóbio Andrade Reis Boaventura, um morto que desaparece enquanto é transportado para o próprio velório, preocupando sua família e causando grande comoção. O que não se imagina é que o homem, em um ato de rebeldia e revolta, levantou-se do próprio caixão, apenas pelo fato de ter escolhido um fim mais digno que o que teve.
Para contar essa história, a trupe, que sai às ruas com os rostos cobertos por máscaras, se inspirou nos mascaramentos das “matrafonas”, figuras presentes na cultura popular de algumas regiões de Portugal, e nas máscaras da tradição do teatro balinês.
O espetáculo itinerante, que começa a ser apresentado em frente à portaria principal do Cemitério da Saudade (Rua Cametá, 585, Bairro Saudade) dura cerca de três horas. Quem assina a direção musical é Eberth Guimarães, enquanto a dramaturgia e as intervenções urbanas com a palavra, ficam sob responsabilidade de Larissa Alberti.
O Grupo Teatro Público pesquisa a relação entre o teatro, o cotidiano e as comunidades onde atua. Anteriormente, a trupe fez uma intervenção parecida, com o espetáculo “Naquele Bairro Encantado”, atuando em bairros antigos da capital a fim de recuperar parte de suas memórias.