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Culinária franco-mineira participa do Fartura

Festival Fartura terá degustação de suflê do chef Rodrigo Fonseca



Créditos da imagem: Reprodução
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Chef do restaurante Taste Vin fala sobre suflês e vinhos
Redação Sou BH
21/01/15 às 20:30
Atualizado em 01/02/19 às 20:00

Por Camila de Ávila, jornalista Sou BH

Nos dias 27 e 28 de setembro, sábado e domingo, a Praça Mendes Junior , no Circuito Cultural Praça da Liberdade, receberá a primeira edição do Festival Fartura BH. Serão cerca de 80 espaços dedicados à venda de comida e bebida, 32 cursos e degustações, e 18 atrações musicais. O chef do restaurante francês Taste Vin, Rodrigo Fonseca, que terá uma barraca de degustação no Fartura, conversou com o Sou BH sobre suflês e vinhos.

Segundo o restauranter, mesmo a cozinha mineira tendo um sabor tão característico, a comida francesa não perde para ela. “Como o restaurante tem um bom movimento, sempre, acho que os mineiros gostam. Mas não creio que a maioria das pessoas escolha um restaurante pela especialidade, e sim pela combinação comida, ambiente, preço, vinhos, localização e conveniência”, explica o chef.

No Festival Fartura, Rodrigo apresentará a degustação de suflês. Segundo ele, o prato já se “abrasileirou”. “Pode ser feito com ingredientes brasileiros, entretanto a técnica de elaboração não é brasileira”, explica sobre este prato francês que pode ser feito de forma a se tornar mineiro. “Pode-se fazer o soufflé com ingredientes mineiros, por exemplo, temos um ‘soufflé mineiro’ no cardápio desde que abrimos. Leva surubim defumado e queijo gruyère. O surubim já foi abundante no rio São Francisco, de grande importância para Minas, e que tem no estado sua nascente. A bacia leiteira do sul de Minas é a mais importante do Brasil na produção de queijos finos. Esta combinação de ingredientes deu origem ao nome do soufflé”, explica.

Como toda receita francesa, o suflê combina de forma graciosa com o vinho. O chef Rodrigo explica que tem que se ajustar com os ingredientes. “A combinação vai depender do ingrediente principal do soufflé, por exemplo, o de camarão fica melhor com vinho branco, de gruyère suíço fica melhor com tintos. E ainda há diversos que combinam com branco e com tinto”, conta.

Mas é a cerveja que vem ganhando status de bebida para degustação em Minas Gerais, com a abertura de novos bares e microcervejarias. Para Rodrigo, a cerveja não compete com o vinho. “As cervejas de qualidade vão, certamente, propiciar o desenvolvimento da cultura gastronômica dos consumidores. Atiçar a curiosidade gastronômica e desenvolver os sentidos é muito bom para o mercado de vinho também! Alguns dos países onde o consumo de cerveja é muito elevado, o de vinho também o é. E os consumidores ganham muito por sair da mesmice. Tem gente que passa a vida tomando uma mesma marca de cerveja, o que é, convenhamos, uma ‘pobreza’”, explica.

O vinho está presente de forma muito intensa na história da humanidade. Pode-se apontar Baco, em Roma, Dionísio, na Grécia, o vinho transformado em sangue, no Cristianismo, e a oração sobre o vinho no Shibut, no Judaísmo. É uma bebida que carrega consigo uma história e uma reverência que remete a religião, e também é considerado uma das bebidas mais sofisticadas. “O vinho evoluiu tremendamente ao longo dos séculos/milênios, até se tornar o que é hoje. Está muito relacionada com a história da humanidade, de diversas formas. Poderíamos dizer que atualmente as ‘funções’ principais do vinho são duas: sociabilização e acompanhamento de comidas”, conta.