Cláudia Abreu é Pluft, o fantasminha
Em edição comemorativa, espetáculo clássico de Maria Clara Machado será apresentado no Teatro Sesiminas
Nascida em Belo Horizonte, Maria Clara Machado está entre as escritoras brasileiras de maior reconhecimento da dramaturgia infantil. Foi ela quem fundou o Teatro Tablado, no Rio de Janeiro, uma das principais escolas de teatro do Brasil. Uma das peças mais emblemáticas da autora, até hoje, é “Pluft, O Fantasminha”, clássico que há quase 60 anos encanta o universo infantil.
Em uma edição comemorativa, a peça será encenada em Belo Horizonte com a atriz Cláudia Abreu no papel-título. Com ela, os atores José Lavigne, Thelmo Fernandes, Miriam Freeland, Sergio Maciel, Pedro Kosovski e João Sant'anna dão vida a um dos textos mais cativantes da dramaturgia brasileira nos dias 13 e 14 de setembro (sábado 16h e 18h, e domingo às 15h e 17h), no Teatro Sesiminas.
Maria Clara Machado estreou “Pluft, o Fantasminha” em 1955, no Tablado (RJ). Desde então não parou de correr pelos palcos do Brasil e do exterior, fascinando públicos de todas as idades. A história do fantasminha já foi traduzida para mais de dez idiomas, montada em toda a América Latina, Alemanha, França, Itália e até mesmo nos países da antiga União Soviética.
A diretora Cacá Mourthé conta que a nova montagem nasceu do desejo de levar às novas gerações a alegria e a riqueza deste que é um dos mais importantes textos da dramaturgia voltada ao público infanto-juvenil, considerado uma obra prima por críticos e artistas. "Desde 1955, Pluft vem sendo montado por amigos, familiares, alunos, ex-alunos consagrados. Sempre com muita emoção e muito afeto, muito afeto mesmo. O espetáculo é um verdadeiro caleidoscópio de emoções e parcerias, encontros e amizades. Um clássico como Pluft deveria estar permanentemente em cartaz assim como O Pássaro Azul, de Stanislavski, que permanece há anos e anos em cartaz na Rússia, em Moscou", afirma Cacá Mourthé.
A volta de Cláudia Abreu ao personagem, neste momento de sua vida, tem uma forte motivação: “Eu quis voltar a fazer a peça porque tive três filhos depois da outra montagem, e eles têm menos de seis anos! Quis fazer especialmente para eles. Acho que vai ser um marco carinhoso na infância deles. Espero me divertir muito, como da primeira vez, e também descobrir novas formas de fazer essa peça maravilhosa. O contato com as crianças é sempre surpreendente e encantador!”
O espetáculo foi indicado ao Prêmio Zilka Sallaberry 2013 em seis categorias: Melhor Cenário, Melhor Figurino, Melhor Produção, Melhor Iluminação, Menção Honrosa e Melhor Atriz (Claudia Abreu), tendo sido premiado nestas duas ultimas categorias.
A peça conta a história do rapto da Menina Maribel (Miriam Freeland) pelo Pirata Perna-de-Pau (Thelmo Fernandes), em busca do tesouro do avô da menina, o Capitão Bonança, que morreu no mar deixando lá no fundo a sua herança. Enquanto os amigos de Maribel, o trio João (João Sant’Anna) / Julião (Pedro Kosovski) / Sebastião (Sergio Maciel), saem à sua procura, o vilão esconde a menina no sótão de uma velha casa abandonada onde vive uma família de fantasmas: o fantasminha Pluft (Cláudia Abreu), que nunca viu gente; a Mãe (Renata Amaral), que faz deliciosos pastéis de vento e vive conversando ao telefone com Prima Bolha; Tio Gerúndio (José Lavigne), que passa o dia inteiro dormindo dentro de um baú; e Xisto (representado por um boneco), o primo aviador que surge apenas no final para ajudar no salvamento da menina. A grande chave da poesia teatral criada pela autora é a amizade que surge entre a Menina Maribel e o Fantasminha Pluft.