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Parque Municipal Américo Renné Giannetti completa 125 anos

Inaugurado antes mesmo da então nova capital mineira, o espaço público foi criado para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina



Créditos da imagem: Vander Brás
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Projetado pelo arquiteto e paisagista francês Paul Villon, é o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte
Redação Sou BH
26/09/22 às 09:12
Atualizado em 26/09/22 às 09:12

Uma das primeiras áreas verdes de Belo Horizonte, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, localizado no Centro da capital, comemora nesta segunda-feira (26) o 125º aniversário. Inaugurado antes mesmo da então nova capital mineira, em 26 de setembro de 1897, o espaço foi criado para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina e sua estrutura foi inspirada nos parques franceses da Belle Époque.


Patrimônio ambiental mais antigo da cidade, o Parque foi projetado no final do século XIX, em estilo romântico inglês. Seus 182 mil metros quadrados de área abrigam uma rica biodiversidade, com diferentes espécies de plantas, nascentes, fauna silvestre e vasta vegetação, que contribui para amenizar o clima da região e faz do espaço o “pulmão da cidade”. Além disso, o Parque exerceu e ainda exerce significativa influência cultural e ambiental sobre a cidade e a população de Belo Horizonte, por meio de parcerias com produtores culturais e da realização de atividades de educação ambiental e lazer gratuitos.

História do Parque
Antes de sua implantação, o espaço abrigava a Chácara Guilherme Vaz de Mello, conhecida como Chácara do Sapo. O local serviu de moradia para o próprio Paul Villon e para Aarão Reis, engenheiro chefe da Comissão Construtora, encarregada de planejar e construir a nova capital de Minas Gerais.


Projetado pelo arquiteto e paisagista francês Paul Villon, é o patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte. Abriga árvores centenárias, espécies nativas e exóticas, compondo uma flora diversificada, fornecedora de néctar e frutos para borboletas, mariposas, aves e outros animais, podendo ser considerado um importante refúgio para a fauna.

Para os visitantes, o Parque oferece áreas gramadas para descanso, bosques, trilhas ecológicas, lagoas, cascatas, alamedas com pista de caminhada - convidativas também para passeios de bicicleta, equipamentos esportivos como quadra poliesportiva, quadra de tênis e rinque de patinação, além de brinquedos diversos e uma variada programação de eventos gratuitos ao ar livre dentro do Parque. Também estão entre os atrativos os monumentos históricos (Busto de Anita Garibaldi, Bustos de Aarão Reis, Afonso Pena, Augusto de Lima e Bias Fortes) e o Teatro Francisco Nunes.


O Parque e a urbanização
O que pouca gente talvez saiba é que, originalmente, o parque possuía uma área de 600 mil metros quadrados. Ao longo dos anos, contribuindo para a urbanização da cidade, o Parque Municipal perdeu espaços para diversas construções como a Faculdade de Medicina da UFMG, o Centro de Saúde do Estado, Moradia Estudantil Borges da Costa, Teatro Francisco Nunes, Colégio Imaco, Palácio das Artes, dentre outros. No entanto, ainda hoje é considerado um importante refúgio da fauna e flora em meia à cidade, ajudando no equilíbrio da atmosfera.

Hoje, como um espaço tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-MG), possui área verde preservada, com lagoas e vários locais para atividades de lazer, descanso, esporte e cultura. Cerca de 500 mil pessoas freqüentam e passam pelo espaço, mensalmente.

Parque Municipal na memória dos belo-horizontinos
O parque também exerce importância na vida social dos cidadãos. É quase impossível falar dele sem lembrar-se dos atrativos que marcaram a infância de várias gerações. Entre eles estão a roda gigante, minhocão e outros brinquedos, além dos barquinhos e os passeios em burros ou cavalos, momento em que os fotógrafos ao estilo Lambe-lambe, característicos do parque, mais registram a pedido das famílias.

Aberto a culturas e personalidades diversas, o Parque Municipal estimula a sua ocupação com atividades gratuitas e diversificadas. Projetos tradicionais integram a agenda, durante todo o ano, como o Projeto Sementes de Poesia (todo 3º domingo do mês), que traz um recital ao ar livre, com microfone aberto à poesia para o público em geral, poetas, leitores e amantes da literatura. Na programação fixa do parque, estão também projetos com terapias holísticas diversas, como Tai Chi Chuan (sextas-feiras e sábados, das 8h às 9h30), Lian Gong (quartas-feiras e sábados, 9h às 10h) e o Projeto Yoga para Todos (todos os domingos, às 9h). Há também a Exposição de plantas medicinais (toda última quinta-feira do mês).