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Pedro e o Lobo: uma aula de música para crianças

A peça russa do século XX é interpretada pela Filarmônica e pelo grupo Giramundo



Créditos da imagem: Divulgação
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Peça musical russa ensina para as crianças os instrumentos de uma orquestra
Redação Sou BH
21/01/15 às 20:54
Atualizado em 01/02/19 às 20:00

Por Camila de Ávila, jornalista Sou BH

Como ensinar para uma criança o que é a música e o que são seus diferentes timbres? Por meio de uma história. Essa foi a ideia do ucraniano Sergei Prokoviev, que criou, em 1936, a história Pedro e o Lobo, no qual cada instrumento da orquestra (ou naipe) é um personagem. Em BH, o grupo Giramundo apresenta, junto à Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, nos dias 10, 11 e 12 de outubro, no Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420 - Centro) a peça russa com a beleza de seus bonecos.

Pedro e o Lobo é a história de um menino que desobedece ao conselho do avô e acaba deixando aberta a porta da fazenda , onde vive com o patriarca, sendo assim, o pato e o gato saem da localidade ficando em perigo, pois a qualquer minuto pode aparecer o lobo. E é exatamente isso que acontece.

Sergei Prokoviev compôs a história para ser executada pela orquestra completa com base na técnica introduzida pelo compositor alemão Richard Wagner, em que cada personagem tem um tema associado, essa técnica ficou conhecida como Leitmotiv. Sendo assim, Prokoviev, colocou em cada personagem da história um instrumento ou naipe representativo. O Lobo são as trompas, o avô é o fagote, o pato é o oboé, o gato é representado pela clarinete, o passarinho é a flauta transversal, Pedro é o quarteto de cordas, os caçadores receberam o tema introduzido pelas madeiras e os disparos dos tiros são representados pelos tímpanos, tímbales e pelo bombo.

Antes mesmo de Prokoviev fazer a associação de certos instrumentos com determinados personagens, o também russo Tchaikovsky, já havia feito a conexão do pássaro com a flauta, já que no balé A Bela Adormecida, de 1888, o compositor usou solo de flauta transversal para a coreografia do Pássaro Azul, as cordas para a dança do Gato de Botas onde se percebe a presença de oboés, corne-inglês, clarinetes, clarinete baixo, fagotes, contrafagotes. Essa associação acontece também na música brasileira na qual o gato aparece na obra de Vinícius de Morais para os pequenos, A Arca de Noé, com um forte som de sax. Chico Buarque também usou o recurso de instrumentos de sopro para designar o gato na peça Os Saltimbancos.

A obra

Pero e o Lobo já foi gravado com várias narrações acompanhadas das orquestras. David Bowie e Sean Connery foram uns dos artistas que emprestaram sua interpretação para a história de Prokoviev. O primeiro estava acompanhado da Orquestra da Filadélfia e o segundo narrou a história conduzida pela Real Orquestra Britânica. No Brasil, a cantora Rita Lee contou a história de Pedro e o Lobo tocada pela Orquestra Nova Sinfonieta, regida pelo maestro Roberto Tibiriça.

Na peça que será apresentada no Sesc Palladium a narração fica a cargo dos belíssimos bonecos Giramundo.