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Como a pandemia afeta a saúde mental e de que forma amenizar os efeitos

Em momentos de estresse, ter atenção com o corpo é fundamental para manter a estabilidade emocional



Créditos da imagem: Vadim Georgiev/ Shutterstock
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Déborah Rodrigues *
04/04/20 às 20:00
Atualizado em 21/05/20 às 13:14

A atual crise social tem gerado incertezas e medos. Pessoas que já sofriam com transtornos de ansiedade, e até quem nunca havia apresentado sintomas, veem intensificado o estresse gerado pela situação delicada da pandemia do novo coronavírus. Com os níveis de tensão mais altos, é preciso dar maior atenção aos sinais que o corpo emite, para que as crises não evoluam para quadros mais agudos.

De acordo com a psicóloga social e psicanalista Thalita Rodrigues, vivemos um momento de ansiedade social compartilhada. Não temos controle sobre o mundo externo, além de sermos bombardeados diariamente com notícias e perspectivas alarmantes do surto da Covid-19. “Essas situações estão presentes também nos casos de ansiedade de um modo geral, dessa forma, os sintomas que antes eram apenas individuais, acabam encontrando consonância com a situação social”, comenta.

Entre os impactos gerados, pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade podem, ou não, ter o quadro da doença agravado, evoluindo para crises de pânico, onde o medo se torna excessivo. Além dos sintomas psíquicos, a crise de pânico gera efeitos físicos que merecem atenção, como dor e desconforto no peito, taquicardia, falta de ar e pressão arterial mais alta. A psicóloga explica que é preciso procurar atendimento nesses casos, já que os sinais se confundem com uma situação de infarto, e até mesmo com o coronavírus, quando se sente falta de ar.

Thalita afirma que é preciso cuidar da saúde mental neste momento, e não deixar de dar continuidade, ou iniciar, um tratamento psicológico. "Para diminuir a ansiedade e tentar tonar este momento mais leve, é indicado filtrar as informações sobre a pandemia e não se exceder no acompanhamento das notícias; ter momentos de lazer, de fazer coisas que te façam bem; manter contato com pessoas queridas, mesmo que por redes sociais ou telefone; e lembrar que estamos num momento de ansiedade na sociedade como um todo, e que ele é temporário, vai passar”, conclui.


*sob supervisão do jornalista Júnior de Castro